Em intercâmbio cultural no Brasil, jovens da BYU levam espetáculo a mais de dez mil pessoas

Grupo passou 18 dias no país, onde apresentou a montagem da peça Living Legend a cinco estados diferentes; alunos visitaram projetos sociais e escolas para a troca de experiências com estudantes e comunidades tradicionais

Com plateias lotadas em pelo menos dez apresentações em diferentes lugares do Brasil, um grupo de estudantes da BYU (Brigham Young University), dos Estados Unidos, subiu aos palcos para levar uma mensagem de fé e esperança por meio da montagem do espetáculo Living Legend.

A turnê, realizada no mês de maio e vista por mais de dez mil pessoas, teve como objetivo não apenas mostrar um show de dança, figurinos diversificados  e muita música para contar a trajetória de ancestrais e sua importância para as gerações atuais, mas também propiciar uma troca de experiências entre os universitários com a comunidade brasileira.

Para atingir o objetivo, os 49 integrantes da trupe —38 bailarinos e 11 profissionais da equipe técnica— passaram de palcos de grandes teatros a pequenas praças públicas para levarem sua mensagem, e também ouvirem as impressões e experiências dos espectadores.

No estado de São Paulo os jovens conheceram de perto o trabalho da associação Fernanda Bianchini - Cia Ballet de Cegos. Também se apresentaram nas ruas de Embu das Artes, onde conversaram com alunos do ensino médio de uma escola pública.

Em Manaus, o grupo viu de perto o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, nadaram com botos e visitaram uma aldeia. No local, acompanharam uma apresentação da comunidade indígena, a qual retribuíram com a encenação de uma dança dos índios nativos americanos.

O espetáculo

“Você é fruto do amor de várias gerações”. Essa frase, destacada no início e no fim do espetáculo Living Legends, resume um pouco da mensagem levada ao palco pelos jovens atores e bailarinos: mostrar a conexão entre as gerações e a importância de se valorizar e aprender com o passado.

A trupe tem a cada apresentação o desafio de manter muita agilidade e disposição para demonstrar diversos tempos históricos e culturas por meio da dança e ritos, que incluem inúmeras trocas de figurinos repletos de detalhes.  

Apesar de não ser um espetáculo religioso, a mensagem transmitida pelo Living Legend aborda questões ligadas ao evangelho de Cristo em sua essência, assim como as histórias contidas no Livro de Mórmon que narram os ciclos vividos por um povo e sua fé nos primórdios do continente americano. A peça aborda tempos de fé, prosperidade, orgulho e guerra, e renascimento.

Os 38 atores se revezam num show de luz, cores e muita música. Envolvente, não são raras as interações da plateia ao longo do espetáculo, que começa com o tempo de prosperidade, mostrando danças típicas e cheias de energia do Taiti, da Argentina e da Bolívia, passando pelo tempo de guerra representado por danças da Nova Zelândia e México.

O passo seguinte é o renascimento, com encenações populares do Havaí, do Tonga, México e América do Norte. O encerramento acontece com uma apresentação da América do Norte, no qual um líder indígena ensina que a família e o conhecimento são fundamentais para o sucesso e a felicidade na vida.

O espetáculo já foi apresentado pela América do Norte, Europa, África, Ásia e Oceania. No Brasil foi apresentado em cidades como São Paulo, Paulínia, Foz do Iguaçu, Curitiba, Goiânia, Brasília e Manaus.

Para Jacob Contreras, aluno da BYU e um dos componentes do grupo, participar do Living Legends virou tradição da família. Filho de uma mexicana, ele afirma que outros primos já participaram da equipe, e ele fez questão de ingressar nessa missão assim que iniciou os estudos do curso de Nutrição na universidade.

“Podemos falar idiomas diferentes, espanhol, português, francês, mas o mais importante é que a mensagem é uma só: nosso Pai Celestial nos ama e quando sentimos isso em nossas vidas somos mais felizes, temos mais paz”, disse.

Contreras explica que não há obrigatoriedade entre os integrantes da trupe de serem membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias. Porém, ele conta que a mensagem inspiradora já ajudou muitas pessoas a seguirem o evangelho de Cristo.

“Nosso propósito é ajudar as demais pessoas a conhecerem seus ancestrais e a história do Livro de Mórmon, sentir o Espírito Santo em suas vidas, ter uma vida melhor e serem membros da Igreja”, disse.

Também integrante da companhia, a jovem Colleen Barnes, estudante de relações internacionais, seguiu o exemplo do pai para participar do Living Legends. “A primeira vez que vi esse show um espírito me tocou e tomou conta do meu coração mostrando que eu deveria entrar nesse grupo. Essa mensagem pode ajudar as pessoas”, completou.

Incluir o Brasil na turnê do grupo, segundo o diretor, não foi à toa e está diretamente ligado ao fato do país também apresentar exemplos e conexões com as culturas demonstradas na apresentação. O próprio Brasil ganhou uma das cenas, no abre do tempo de fartura, quando os jovens artistas interpretam com muito entusiasmo o carimbo --dança tradicional do Pará que retrata a vida dos pescadores e sua conexão com o mar.

Uma mensagem missionária

Durante a passagem pelo Brasil, além do público em geral, muitos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foram assistir ao espetáculo e aproveitaram como a oportunidade como um meio de levar visitantes e amigos para conhecerem um pouco da mensagem do evangelho.

Em Foz do Iguaçu, missionários da Missão Brasil Londrina levaram muitos convidados que estão conhecendo a Igreja para assistirem Living Legend.

Já em Goiânia, os membros também se mobilizaram para propiciar a experiência a pessoas que se filiaram recentemente à Igreja ou que ainda estão conhecendo o evangelho.

Os próprios integrantes do elenco aproveitaram a passagem pelo Brasil para compartilhar as boas novas do evangelho, suas experiências e testemunhos, que acabaram motivando outras pessoas a buscarem por unidades da Igreja de Cristo para conhecerem mais sobre Seus ensinamentos.